Vasco Graça Moura [1942-2014]
créditos: Paulo Spranger/Global Imagens
Vasco Graça Moura
Vasco Graça Moura morreu. Graça Moura permanecerá uma figura única na literatura e na cultura portuguesa.
De formação académica, Humanidades - Linguística e Literaturas - não poderia deixar de prestar homenagem a este grande nome das Letras Portuguesas.
Poesia Reunida, vol.1
Vasco Graça Moura
Quetzal
Poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, cronista, tradutor dos grandes clássicos, antologiador, historiador honoris causa, advogado, político, gestor cultural – estava à frente do Centro Cultural de Belém - é um dos maiores nomes da cultura em Portugal.
Graça Moura foi um "espírito renascentista" no sentido humanista. Há quem o compare a Jorge de Sena se quisermos encontrar um antecessor na diversidade, qualidade e intensidade do seu trabalho criativo e intelectual.
Autor de quase 30 livros de poemas, de Modo Mudando (1963) a O Caderno da Casa das Nuvens (2010), foi ainda um tradutor épico, que parecia ter particular prazer em impor-se desafios colossais, como o de traduzir para Português a Divina Comédia, a Vita Nuova de Dante, as Rimas e Triunfos de Petrarca, os Testamentos de François Villon, ou ainda a integral dos Sonetos de Shakespeare e obras de Racine e 'Cyrano de Bergerac', de Edmond de Rostand.
Traduzia directamente do espanhol, francês, italiano, inglês e alemão, dada a sua vasta erudição linguística e literária.
Para além dos autores já referidos, traduziu entre outros, poetas como Pierre Ronsard, Rainer Maria Rilke, Gottfried Benn, Walter Benjamin, Federico García Lorca, Jaime Sabines, H. M. Enzensberger ou Seamus Heaney, e ofereceu-nos ainda versões portuguesas de algumas das peças mais importantes dos três grandes dramaturgos franceses do século XVII: Corneille, Molière e Racine.
Rimas
Francesco Petrarca
tradução Vasco Graça Moura
Quetzal Editores
Para além dos autores já referidos, traduziu entre outros, poetas como Pierre Ronsard, Rainer Maria Rilke, Gottfried Benn, Walter Benjamin, Federico García Lorca, Jaime Sabines, H. M. Enzensberger ou Seamus Heaney, e ofereceu-nos ainda versões portuguesas de algumas das peças mais importantes dos três grandes dramaturgos franceses do século XVII: Corneille, Molière e Racine.
Romanceiro Gigano
Seguido de Pranto por Ignacio Sánchez Mejía
tradução Vasco Graça Moura
Quetzal Editores
Educação:
"A poesia é a minha forma verbal de estar no mundo".Vasco Graça Moura
Esta citação é uma das mais poéticas para traduzir o modo como se está na vida. Vasco Graça Moura, o poeta "desalinhado" não teve talvez o reconhecimento que merecia.
Para nós, leitores, e educadores, Graça Moura é o símbolo mais vasto da cultura. O debate ético e estético, o crítico de valores inestimáveis como a Língua Portuguesa, a sua obra reflecte a Literatura de rara qualidade.
"Vasco Graça Moura é um dos nossos grandes poetas europeus, um clássico que ultrapassou a fragilidade e as maldições do tempo."
Francisco José Viegas
Vasco Graça Moura é essencialmente estudado no ensino universitário, nos cursos de Humanidades.
Mas o objectivo desta publicação é a sua inclusão no Ensino Secundário e Ensino Básico (3º Ciclo).
Curriculos de Línguas: Português ; Francês ; Inglês.
366 poemas que falam de amor
selecção: Vasco Graça Moura, 2003
Plano Nacional de Leitura:
*Livro recomendado para o Ensino Secundário como sugestão de leitura.
A reunião de 366 poemas - um para cada dia - sobre o amor. Grandes poetas escolhidos por um grande poeta.
Nada há de tão natural no mundo da poesia como o tema do amor. Vasco Graça Moura reúne neste livro 366 poemas que falam de amor - que sofrem e exultam, desencorajam e comovem, entristecem e rejubilam, que falam da alegria e da surpresa do amor.
E também da sua melancolia, dos seus nomes raros, da evidência, da sua inevitabilidade. Com esta escolha percorre-se também uma vasta tradição da poesia de todos os tempos, uma arte que nunca poderemos esquecer - e o deslumbramento diante do amor, justamente.
Disponível: livro impresso: ebook
Disponível: livro impresso: ebook
Ensino Secundário:
Gostaria de propor dois ou três outros livros, que poderão alargar o enriquecimento curricular dos alunos do Ensino Secundário, abrindo outros caminhos à leitura neste nível de ensino.
- Os Sonetos de Shakespeare, em edição bilingue. Edição interessante para o estudo comparado.
Os Sonetos de Shakespeare
Edição especial ilustrada e assinada
Tradução de Vasco Graça Moura
Desenhos de Jorge Martins
Edição bilingue / versão integral
https://www.bertrand.pt/- Edmond de Rostand: Cyrano de Bergerac. As onze páginas da introdução de Graça Moura situam a obra no contexto do seu tempo. A edição é igualmente bilingue.
Currículos de Línguas: Português ; Francês ; Inglês.
- Rainer Maria Rilke : Elegias de Duíno e os Sonetos a Orfeu, tradução Vasco Graça Moura.
Rilke destacou-se como um dos autores mais relevantes de língua alemã, tanto na poesia como na prosa lírica.
"Excelente formulação para designar aquilo que também entendo dever/poder ser a tradução do poema: uma orquestração de soluções próprias e uma rede funcional de traições, para que o resultado seja, como se costuma dizer e como convém nestes casos, um poema em português.
Graça Moura consegue-o como talvez ninguém o conseguiria hoje em Portugal. Um conjunto notável que veste estes dois ciclos [tardios] de Rilke como uma segunda pele.
Edição bilingue
Elegias de Duíno e os Sonetos a Orfeu
Rainer Maria Rilke
tradução: Vasco Graça Moura
Quetzal Editores
É preciso inovar na selecção de obras como sugestão de leitura negociando com o grupo/turma.Quando se fala tanto de "competências de sobrevivência", a leitura é uma excelente ferramenta.
Desenvolve o pensamento crítico, agilidade, adaptabilidade, boa comunicação oral e escrita, a capacidade de aceder à informação, de a analisar, e, claro, a curiosidade e imaginação.
Os Lusíadas para gente nova
Vasco Graça Moura
Gradiva
- Os Lusíadas para gente nova, Gradiva, 2012
Sinopse
Um livro admirável em que Vasco Graça Moura, um dos mais destacados poetas portugueses, dialoga, em verso, com o texto camoniano, iluminando, esclarecendo e exaltando o canto originário.
Através de um perfeito equilíbrio entre a reescrita modernizadora e a fidelidade à estrutura e aos significados da epopeia de Camões, Vasco Graça Moura assina uma obra indispensável a professores, educadores e jovens, para a compreensão fluída, correcta e abrangente de Os Lusíadas pelas novas gerações.
"A solução compositiva escolhida é excelente: a voz de Camões foi extensa e fielmente preservada; a voz do segundo (ou primeiro?) narrador-comentador ilumina, esclarece e exalta o canto originário. Só um grande poeta é capaz de dialogar assim com Camões, alcançando um admirável equilíbrio entre a reescrita modernizadora e a fidelidade à estrutura e aos significados da epopeia."
Vítor de Aguiar e Silva
"A solução compositiva escolhida é excelente: a voz de Camões foi extensa e fielmente preservada; a voz do segundo (ou primeiro?) narrador-comentador ilumina, esclarece e exalta o canto originário. Só um grande poeta é capaz de dialogar assim com Camões, alcançando um admirável equilíbrio entre a reescrita modernizadora e a fidelidade à estrutura e aos significados da epopeia."
Vítor de Aguiar e Silva
No Plano Nacional de Leitura (2013), não há uma obra de Graça Moura referenciada para os alunos do 3º ciclo, embora em 2012 se tivesse comentado que a obra teria o apoio do mesmo.
Divulguei na postagem Leituras em Língua Portuguesa (2012) este livro Os Lusíadas para gente nova. Nada mais apropriado do que voltar a esta sugestão.
Os Lusíadas para gente nova
Vasco Graça Moura
Gradiva
"Para o fazer, Camões usou a oitava / Que é feita de oito versos a rimar. / Até ao sexto as rimas alternava, / Nos dois finais a rima vai a par. / Com oitavas assim, organizava / Essa história que tinha de contar / Em cantos que são dez e a nós, ao lê-los, / Espanta como pôde ele escrevê-los."
Vasco Graça Moura, Os Lusíada para gente nova, Introdução
Os Lusíadas para gente nova é uma adaptação inovadora da epopeia camoniana, que tenta tornar mais simples a leitura da obra pelos mais novos mas que continua sem ser referenciado no Plano Nacional de Leitura, Catálogo 2027.
Uma tentativa de simplificar a epopeia camoniana a benefício de leitores que não disponham ainda das ferramentas culturais necessárias para poder ler com gosto e proveito as suas 1102 estrofes.
"Camões é o mais importante autor da língua portuguesa" e, na opinião de Vasco Graça Moura, isso deve tornar indispensável a leitura desta obra de Camões cuja leitura integral foi retirada do programa de Língua Portuguesa.
As novas gerações, os estudantes até pelos ensinamentos podem retirar de 'Os Lusíadas' uma compreensão de Portugal, da sua história e da sua relação com o mundo, e contactar com uma utilização esplendorosa da nossa língua.
As primeiras dezoito estrofes, sob o título de “Sabemos muito pouco de Camões”, são uma introdução ao poema e ao próprio poeta, abordando itens que podem ser lidos na postagem Leituras em Língua Portuguesa
"Todos os comentários, explicações e interpretações são feitos em oitava rima, em estrofes semelhantes àquelas de que se compõe o poema épico de Camões."
Vasco Graça Moura
Ensino Básico/ 2º ciclo ; Primário :
A história de uma menina que, depois de calçar umas botas mágicas, não consegue parar de dançar. Um conto de Vasco Graça Moura, inspirado na obra de Paula Rego. Excelente para trabalhar em projecto transcurricular.
As Botas do Sargento
Vasco Graça Moura
conto inspirado nos
Desenhos de Paula Rego
Outros Recursos:
São já muitos os cantores e fadistas que introduzem a poesia portuguesa nos seus repertórios. Poderia citar vários cantores e vários autores, mas a postagem vai longa. Deixo essa investigação aos professores.
Mas adianto o poema 'Talvez' de Vasco Graça Moura, cantado por Carminho no Dance and Folk Festival, Rudolstadt, Alemanha (2013). Carminho é acompanhada pela Thueringen Symphony Orchestra.
Vasco Graça Moura defendeu até morrer, o valor da Língua Portuguesa, lutador incansável contra o Acordo Ortográfico.
"Como poeta, Vasco Graça Moura nunca teve o reconhecimento que merecia. Por um lado porque nunca se encaixou em nenhum grupo e, sobretudo, não estava alinhado com o mainstreming literário português."
Pedro Mexia
Recebeu o Prémio Pessoa (1995), Prémio Vergílio Ferreira (2007), Prémio Europa David Mourão-Ferreira (2010), Prémio Internacional "La cultura del mar", em Itália (2002), Prémio de Tradução (2007) do Ministério da Cultura de Itália, que distingue anualmente o melhor tradutor estrangeiro de obras italianas, por decisão unânime do júri (2010), entre muitos outros.
Foi mais tarde, já muito doente, agraciado com Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal (31 de Janeiro de 2014)
Morreu a 27 AAbril 2014.
27.04.2014
actualizado 24.04.2020
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