Foi lançada no dia 4 de Outubro, a Campanha Muda de curso : violência no namoro não é para ti ! A campanha decorre nas universidades portuguesas contra a violência no namoro.
O projecto vai durar até ao final do ano lectivo 2016.2017. A médio prazo, será estendida a outras faixas etárias e de ensino.
A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género em parceria com as federações académicas quer orientar os jovens "a definir barreiras e percepcionar actos de violência no namoro".
Nas universidades portuguesas este é um problema “muito grave”, mas nas escolas secundárias já se ressente há algum tempo.
Nas universidades portuguesas este é um problema “muito grave”, mas nas escolas secundárias já se ressente há algum tempo.
A campanha “Muda de curso: violência no namoro não é para ti” surgiu de uma vontade das próprias associações académicas e de um estudo feito pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) junto dos jovens. O estudo, divulgado há um ano, mostrava resultados preocupantes:
“Cerca de 30% dos jovens não tinham percepção de que alguns actos, como bater, insultar ou controlar o telemóvel ou forçar relações sexuais, eram actos violentos”.
A campanha sobre a violência no namoro tem como destinatário todos os estratos sociais.
“Quem agride ou é vítima no namoro provavelmente será vítima ao longo da vida. É aqui que temos que actuar”,
Catarina Marcelino, da Secretaria para a Cidadania e Igualdade de Género revelou que está a ser trabalhado com o Ministério da Educação o alargamento da iniciativa a outros graus de ensino, desde o pré-escolar ao 12.º ano.
“Quem agride ou é vítima no namoro provavelmente será vítima ao longo da vida. É aqui que temos que actuar”,
Catarina Marcelino, da Secretaria para a Cidadania e Igualdade de Género revelou que está a ser trabalhado com o Ministério da Educação o alargamento da iniciativa a outros graus de ensino, desde o pré-escolar ao 12.º ano.
https://www.cig.gov.pt/
A violência no namoro é identificada através de maus tratos físicos e psicológicos, abusos e violências sexuais, intimidações e humilhações. É causada normalmente por ciúmes e sentimentos de posse, perturbações psicológicas, uso de álcool e/ou drogas.
Maioritariamente, o perfil do agressor é do sexo masculino, o que não significa a ausência de casos de rapazes agredidos.
Assim, é uma campanha dirigida a todas alunas a todos os alunos.
Assim, é uma campanha dirigida a todas alunas a todos os alunos.
A Apav também se junta a esta causa há algum tempo. E no seu site, disponibiliza duas secções como Violência no Namoro ou Relações Saudáveis Não Saudáveis com indicações fundamentais para os adolescentes, mas também para educadores.
Existem diferentes formas de violência no namoro:
Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:
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Cartaz 2008
Violência Verbal:
Por exemplo, quando o/a teu/tua namorado/a:
- te chama nomes e/ou grita;
- te humilha, através de críticas e comentários negativos (ex.: “Não vales nada.”);
- te intimida e ameaça.
A ler sobre as outras formas de violência aqui.
Todas as formas de violência no namoro têm um objectivo comum: magoar, humilhar, controlar e assustar.
Cartaz 2011
Algumas considerações:
A violência no namoro não é um fenómeno recente. Contudo, o seu estudo científico só ganhou interesse a partir dos anos 90, com estudos sobre a prevalência da violência nas relações amorosas em indivíduos adultos.
Só recentemente é que esta problemática começou a ser investigada junto dos jovens e adolescentes.
Os resultados mostraram a necessidade de prevenir e intervir sobre este assunto logo no início da adolescência, quando se estabelecem as primeiras relações afetivas e amorosas com pares.
Daí, eu ter considerado no início deste post que esta campanha deveria ter sido já alargada ao ensino secundário.
É certo que uma campanha como esta, deve ser bem pensada e organizada de modo a actuar com o impacto necessário.
Nas universidades portuguesas este é um problema 'muito grave', mas também já o é nas escolas secundárias e algumas vezes nas escolas básicas (3º ciclo).
Ensino:
A Prevenção da Violência no Namoro é um tema de e para os jovens, daí a importância de conversarmos com eles/elas e ouvirmos as suas opiniões sobre este assunto.
E quando escrevo conversar, dirijo-me a todos os educadores, pais, professores e a todos os adolescentes, raparigas e rapazes.
Muitos casos de maus tratos no namoro começam com violência psicológica. As jovens e os jovens que são vítimas deste tipo de violência aceitam o contrôlo em nome de uma suposta confiança ou até de uma esperança que o companheiro ou companheira mude o seu comportamento.
Gostaria de deixar claro que o diálogo é fundamental, para que os jovens tenham a consciência que ninguém tem o direito de tomar decisões por eles, o respeito vai-se obtendo, e não é a partir da violência que conquistarão esse respeito ou o afecto que pretendem.
https://www.cig.gov.pt/
Para uma relação de namoro funcionar os jovens devem falar entre si sobre os seus problemas e o que acham que está mal na relação, de modo a tentarem que o outro entenda e possa respeitar a opinião.
A violência nas relações amorosas não tem fronteiras, não escolhe estratos sociais, faixas etárias, religiões, etnias, pode e ocorre entre todos os namorados. Por esse motivo, devemos estar alerta em todas as situações e é muitas vezes nas escolas, universidades que são detectados os casos de violência no namoro.
- Outros Recursos para introdução do tema, escolas secundárias e 3º ciclo:
credits: Alexsandro Palombo
credits: Alexsandro Palombo
Palombo parte das heroínas dos desenhos animados Disney que todos conhecemos, e mostra-as sob um outro prisma.
Pode se chocante, quando olhamos, mas é uma excelente recurso digital para introduzir a violência no namoro no Ensino Secundário e no Ensino Básico (3º ciclo). Os alunos aderiram muitíssimo bem e os objectivos que propus pela sensibilização do amor e do seu contrário, a violência no namoro, foram plenamente atingidos. A mensagem passou.
Amar não é um conto de fadas, como ilustra Palombo. Mas é um sentimento que se constrói a dois, com respeito.
"Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente."
Miguel Esteves Cardoso, Último Volume, 1955
G-Souto
19.10.2016
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